A fabricação dessa delícia começa quando as frutas de cacau são quebradas para a retirada das sementes, a base principal do chocolate. A essa altura, elas ainda são amargas, mas a verdadeira transformação em doce acontece nas indústrias. Por lá, a matéria-prima é decomposta, recebe açúcar e leite, é agitada, passa por várias trocas de temperatura e, no final, é moldada para ganhar a forma das barras vendidas nos supermercados. Apreciado no mundo todo, o chocolate é velho conhecido da humanidade - acredita-se que os astecas foram os primeiros chocólatras da história. No século 16, eles já coletavam sementes de cacau para fazer o xocoatl, um drinque afrodisíaco que só podia ser bebido por imperadores. "Ao contrário dos chocolates de hoje, a bebida asteca tinha um sabor amargo e apimentado, pois era preparada com vinho ou purê de milho e pimenta", afirma o industrial Getúlio Ursulino Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab). Em 1528, os colonizadores espanhóis levaram a novidade para a Europa, adoçando a mistura com canela e baunilha e servindo a bebida quente. Por volta de 1700, ao chegar à França e à Inglaterra, a invenção ganhou leite e se espalhou pelo mundo. Décadas depois, em 1765, começou a fabricação de chocolates em barras, nos Estados Unidos. No Brasil, o cultivo de cacau teve início no século 19, na região de Ilhéus, no sul da Bahia. Hoje, o país consome cerca de 310 mil toneladas de chocolate por ano, algo em torno de 1,8 quilo por habitante. Além de saboroso, o chocolate é uma excelente fonte de energia, sais minerais, potássio, fósforo e magnésio. O drama é que, apesar de tanto benefício, o excesso traz uns pneuzinhos indesejáveis. "Não se deve consumir mais que 100 gramas de chocolate por dia, pois o produto é bem calórico. Um simples tablete contém, em média, 540 calorias, cerca de 20% da necessidade diária de um homem adulto", diz a nutricionista Elizabeth Torres, da Universidade de São Paulo (USP).